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Longa-metragem, produzido pela Malabar Filmes, expõe o desafio da população pobre para enfrentar a “doença do século” Documentário tem pré-estreia dia 4, no Espaço Itaú de Cinema, em São Paulo, e conta a história de cinco pacientes da periferia paulistana do ponto de vista de quem cuida
A Malabar Filmes promove no dia 4 de setembro, às 20h, no Espaço Itaú de Cinema, a sessão de préestreia para convidados e imprensa do documentário “Alzheimer na periferia”. Foram quatro anos de produção, desde o início do projeto, para registrar cinco histórias de famílias da periferia da cidade de São Paulo. A equipe empreendeu um trabalho de etnografia que permitiu acompanhar a doença em seus vários estágios, assim como sua evolução. Cada uma das histórias retrata um das conhecidas fases da doença. O filme marca a estreia em longa-metragem do diretor Albert Klinke, cujo trabalho na área publicitária há mais de uma década já garantiu a Malabar um Leão de Bronze em Cannes (“O crack consome”, 2013).
O Alzheimer, na definição do ensaísta Lewis Thomas (1913-1993), é a “doença do século XXI”. Do ponto de vista socioeconômico, qualquer possibilidade de bem-estar da população nos próximos anos depende da forma como a sociedade enfrentará esse desafio na saúde pública, pois a doença atinge toda a família do paciente e altera completamente a vida cotidiana dos domicílios. O envelhecimento da população brasileira acentua ainda mais esses fatores socioeconômicos, com a escassez de pessoas e de tempo para os chamados cuidados de longa duração. No entanto, a rede de proteção social construída pelas famílias da periferia para superar dificuldades financeiras de toda a ordem e garantir o bem-estar de seus pais, mães, tias ou avós, maridos ou esposas é o que chama a atenção nas narrativas.
“Todos têm em comum o fato de o abandono não ser uma opção cogitada para nenhum personagem”, conta Albert. “Ao contrário, todos se empenham ao máximo, enfrentam as adversidades impostas pela doença e superam ressentimentos do passado com o intuito de oferecer aquilo que têm de melhor: tempo e acolhimento”. Assim como toda a equipe envolvida no projeto, Albert nasceu e foi criado na periferia paulistana (zona sul). Essa iminência com a realidade dos narradores impulsionou o tom humanista do trabalho de direção. “É impossível não se identificar com ao menos uma das famílias, cada um da equipe lembra de algo de sua vida, e é impossível não se envolver com personagens tão cativantes e eu espero que o público também sinta isso”, afirma.
A ideia original e o argumento de “Alzheimer na periferia” é do jornalista e professor Jorge Felix, especialista em envelhecimento populacional. Em 2013, depois de participar de um evento da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) na Câmara Municipal de São Paulo, Felix ouviu vários depoimentos da plateia. Moradores da periferia relataram seus dramas, limitações e vulnerabilidades para enfrentar a epidemia da doença.

“Me perguntei onde estavam aquelas histórias? Quem as contaria? Quem daria voz àquelas pessoas e cobraria soluções da sociedade? Daí escrevi o argumento com base naqueles relatos e apresentei a Malabar que imediatamente topou a ideia. Diga-se de passagem uma ideia que demanda coragem e muito risco. Mas vale a pena!”, diz.
No decorrer das cinco narrativas, a cidade de São Paulo vai assumindo o protagonismo na empreitada do cuidado. Não basta amor, carinho e superação, o “longe construído”, no dizer no urbanista Lúcio Kowalick, aparece como um dos maiores empecilhos para o momento vivido pelas famílias da periferia. Mobilidade urbana, autoconstrução, poluição, insegurança, todos os problemas da cidade somam-se à “doença do século”. Os equipamentos do Estado são o único amparo fora da rede familiar e de vizinhança. A cidade mostra-se tão perversa que, muitas vezes, mitiga o impacto do próprio Alzheimer, ampliando a desigualdade social entre os pacientes.
O patrocínio de “Alzheimer na periferia” é de Aché Laboratórios, empresa 100{bc9fb3235e9f9572e7270dc7e89da1ab7e28cce7e7bcc9e049a0b07572f80dbf} brasileira, com 53 anos de atuação no mercado farmacêutico, com apoio da Lei ProAc-ICMS de estímulo à cultura do Governo do Estado de São Paulo.

FICHA TÉCNICA
Direção: Albert Klinke
Argumento: Jorge Felix
malabarfilmes.com.br
Página do filme
CONTATOS:
contato@malbarfilmes.com.br // Francisco Marin – Produtor Executivo

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